quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

o mito de édipo


Laio, Rei de Tebas e marido de Jocasta, vivia amargurado por não ter filhos, pelo que, decidiu consultar o Oráculo, tendo-lhe, este, advertido que filho que gerasse havia de o assassinar. Apesar das advertências, Jocasta engravida e Laio, quando o bebé nasceu, ordenou a um servo que o pendurasse pelos pés numa árvore, para que este morresse. Daí o nome Édipo (que significa pés inchados).
O servo de Laio, desrespeitando as ordens, acabou por colocar a criança num cesto e jogou-a ao rio, acabando este, por ser resgatado por um rei duma terra distante, que o elegeu como seu filho. Este, já homem, também consultou o Oráculo, o qual o aconselhou a evitar a sua pátria, pois iria ser o assassino de seu pai e marido de sua mãe. Desconhecendo as suas origens e pensando-se filho de Pôlibo e Mérope, reis de Corinto, Édipo decidiu partir rumo a Tebas. Durante o seu percurso, e no meio de uma encruzilhada, deparou-se com um velho com o qual manteve uma acérrima discussão acabando por matá-lo.
Chegado a Tebas decifrou o enigma da Esfinge (monstro com cabeça de mulher e corpo de leão), que impossibilitava a entrada na cidade, e como nunca ninguém o havia decifrado, a Esfinge jogou-se ao mar, tendo Édipo libertado a cidade da sua maldição. Creonte, irmão de Jocasta, havia prometido a mão desta a quem libertasse a cidade da Esfinge, ganhando assim, Édipo, o direito a casar com Jocasta, agora viúva.
Casaram, Édipo foi proclamado Rei e tiveram dois filhos e duas filhas, reinando sem grandes dificuldades, até ao dia em que se instala a peste na cidade e Édipo decide consultar o Oráculo, que lhe refere que a peste cessaria quando fosse expulso o assassino de Laio. Édipo dispôs-se a encontrá-lo, mas quando se apercebeu que ele próprio fora o assassino de Laio, seu pai, e o esposo de sua mãe, e vendo que apesar de fugir contra a profecia esta acabou por se realizar, arrancou os olhos e deixou a sua pátria.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

o mito do signo de Peixes

Tifon, deus da seca, inimigo hereditário dos deuses, perseguia Afrodite e Eros, divindade da sensibilidade e das trocas sentimentais. Um amor impossível unia Afrodite e Eros e sendo perseguidos por Tifon, numa fuga desesperada, pedem auxílio a todos os homens e deuses, não sendo atendidos por ninguém, que temiam a fúria de Tifon. Somente a cabra Amaltéia os socorre, mostrando-lhes o caminho seguro para fugir daquele deus terrível, indicando o caminho do mar,
onde Tifon não poderia mais perseguí-los. Entrando no reino de Poseidon, finalmente se livram de Tifon que fica impossibilitado de entrar no mar por ser o deus da seca. Poseidon envia dois delfins amarrados com um laço de ouro que leva Eros e Afrodite para as profundezas do oceano, onde viveriam seu sonho de amor eterno, onde nunca mais seriam perseguidos, nem pelos deuses, nem pelos homens.
Agradecidos, os deuses transformaram os delfins na constelação de Peixes. Afrodite retornou para o mar, de onde tinha nascido e se protegeu do monstro que a perseguia, mas teve que abandonar a terra firme e o contato com o mundo concreto e a realidade da matéria, tornando-se prisioneira do amor no mundo distante e irreal, que era o fundo do mar. 

Orion


Órion era um gigante, filho do deus Poseidon e de Euríale.
Caçador extremamente habilidoso, chegou à Ilha de Quios e apaixonou-se por Mérope. Enópion, filho do deus Dionísio e pai de Mérope, prometeu a Orion a mão da sua filha se ele exterminasse todos os animais perigosos da ilha, uma mentira que Orion tomou por verdadeira.
Órion trabalhou arduamente todas as noites, até cobrar o prometido. Mas Enópion mandou espalhar o boato que ursos e leões estavam nas montanhas criando insegurança para as caravanas.
Desanimado, Órion embebedou-se. Entrou no quarto de Mérope e violou-a. Enópion, enfurecido, pediu ajuda ao seu pai Dionísio, que enviou os sátiros para que fizessem com que Órion ficasse bêbado até a inconsciência. Enópion quando viu o gigante indefeso, vazou-lhe os olhos e abandonou-o à beira-mar.

Um oráculo, entretanto, profetizou que se Órion viajasse para leste até a morada de Helios no Oceano e o fitasse quando ele fosse iniciar a sua jornada, recuperaria a visão.
Um aprendiz de Hefesto guiou-o até a morada de Helios, que tornou real a profecia do oráculo. Eos (Aurora) ao ver o gigante, apaixonou-se pelo jovem que tornou-se seu amante. Passado o calor da paixão, Órion voltou para Quios, para se vingar, mas Enópion já tinha fugido.
Orion foi procurá-lo para Creta, mas encontrou Ártemis que, como ele, era apaixonada pela caça. Tornaram-se grandes amigos, provocando o ciúme de Apolo, irmão da deusa.A partir deste ponto, a lenda divide-se.
Em algumas versões, aproveitando-se da confiança que a deusa havia depositado nele, Órion tenta violentá-la. Ela foge e ele, raivoso, começa a exterminar todos os animais. Ártemis, a deusa da caça, procura manter o equilíbrio na natureza impedindo a caça indiscriminada.
Ela envia um enorme e venenoso escorpião para matar Órion, o que de facto acontece. Entretanto o escorpião também é morto por Órion.
Alguns autores colocam que a morte do escorpião foi causada pelos sagitários como represália à morte de Órion, de quem eles eram grandes amigos. Isto explica por que na constelação do Sagitário a flecha do seu arco aponta para o "coração" do escorpião.
Outra versão conta que Órion tentou violentar uma sacerdotiza de Ártemis e por isso ela teria enviado o escorpião para o matar.
Há, ainda, a versão em que Apolo, enciumado com as atenções que a irmã dava ao gigante, enviou o escorpião para o perseguir. Órion foge pelo mar em direção a morada da sua antiga amante (a deusa Eos), à procura de protecção. Apolo vê-o fugir e desafia a irmã a acertar, com as suas flechas, num pequeno ponto preto sobre as águas. Ela prepara o arco e atira, sem saber que o ponto negro a que Apolo se referia era a cabeça do seu amigo.
Em outra versão, também explicada pelo posicionamento das Estrelas, Órion alimenta a sua paixão por Mérope (uma das Plêiades) e continua a persegui-la. Não sendo correspondido, inicia uma matança indiscriminada de animais, provocando a ira de Ártemis que envia o escorpião para o matar.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Hécate


Hécate (em grego antigo: Εκάτη, Hekátē), na mitologia grega, é uma deusa, filha dos titãs Perses e Astéria.
Hécate, em grego, significa "a distante" (embora alguns atribuam a origem do nome à palavra egípcia Hekat que significaria "Todo o poder", já que supostamente Hécate teria se originado em mitos do sudoeste asiático que fora assimilada para a religião greco-romana mais tarde) mas era conhecida como a mais próxima de nós, pois se acreditava que, nas noites de lua nova, ela aparecia com sua horrível matilha de cachorros fantasmas diante dos viajantes que por ali cruzavam. Ela enviava aos humanos os terrores nocturnos e aparições de fantasmas espectros. Também era considerada a deusa da magia e da noite, mas em suas vertentes mais terríveis e obscuras. Era associada a Ártemis, mas havia a diferença de que Ártemis representava a luz lunar e o esplendor da noite. Também era associada à deusa Perséfone, a rainha dos infernos, lugar onde Hécate vivia.
Dada a relação entre os feitiços e a obscuridade, os magos e bruxas da Antiga Grécia lhe faziam oferendas com cachorros e cordeiros negros no final de cada lua nova. Era representada com três corpos e três cabeças, ou um corpo e três cabeças. Levava sobre a testa o crescente lunar (tiara chamada de pollos), uma ou duas tochas nas mãos e com serpentes enroladas em seu pescoço. Os romanos assimilaram Hécate a Trívia, deusa das encruzilhadas, embora a relação dada entre ambas não seja tão perfeita como em outros casos da mitologia. Os marinheiros consideravam-na sua deusa titular e pediam-lhe que lhes assegurasse boas travessias. Hécate era uma divindade tripla: lunar, infernal e marinha.
Hécate uniu-se a Eetes, de quem gerou a feiticeira Circe.O cipreste estava associado a Hécate. Seus animais eram os cachorros, lobos e ovelhas negras. Suas três faces simbolizam a virgem, a mãe e a senhora. Ela transmite o poder de olhar para três direcções ao mesmo tempo. Esta deusa sugere que algo no passado está amarrando o presente e prejudicando planos futuros.
Com o fim do matriarcado na Grécia, Hécate se tornou a senhora dos ritos e da magia negra. As três faces passaram a simbolizar seu poder sobre o mundo subterrâneo, onde morava, ajudando à deusa Perséfone a julgar os mortos; a terra, onde rondava nas luas novas; o mar, onde tinha seus casos de amor. Esse tríplice poder de Hécate é comparável ao tríplice domínio sobre o mar, a terra e o céu.
Nos mitos, seu papel foi sempre secundário. Participou da Titanomaquia ao lado de Zeus, ajudou Deméter a procurar sua filha Perséfone quando esta foi raptada por Hades e combateu Hércules quando ele tentou enfrentar Cérbero, seu cão de companhia no mundo subterrâneo.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Rei Midas e o toque de ouro

Rei de Midas era um rei muito ambicioso, que queria aumentar suas riquezas cada vez mais. Um dia ele conheceu o Deus Dioniso e disse a ele que seria o homem mais feliz do mundo se tudo que ele tocasse se transformasse em ouro.
Seu desejo se tornou realidade e tudo em que ele encostava se tornava ouro. Ele ficou muito feliz e deu uma festa para comemorar, só que ele foi comer e não conseguiu, pois a comida havia se transformado em ouro. O mesmo aconteceu com a bebida, e tudo mais que ele tocou. Sua filha foi falar com ele e antes que ele pudesse impedi-la ela tinha se transformado. Ele começou a chorar desesperadamente ao perceber que ser rico lhe impediria de ser feliz. O Deus Dioniso percebeu que ele estava arrependido e fez com que tudo voltasse ao normal, depois desse dia o Rei de Midas passou a dividir sua riqueza com todos os outros.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

As Musas

Talia

 Talia é uma das Musas gregas, e ela preside a comédia e a poesia leve. Seus símbolos são a máscara cômica e um cajado de pastor.


Calíope

é a mãe de Orfeu e Linus com Apolo. Ela foi árbitro da disputa de Adônis entre Perséfone e Afrodite.Seus símbolos são um pergaminho, tábua de escrever e estilete.

Polínia

Polínia é a Musa grega do hino sagrado, da eloqüência e da dança.Ela é representada usualmente numa posição pensativa ou meditativa. 

Euterpe 

Seu nome significa "plena alegria" ou "delícia". Nascida de Zeus e de Mnemosyne, a deusa da memória, juntamente com as outras oito irmãs, Euterpe é a Musa da música e da poesia lírica.

Clio

Significado do nome "Proclamadora" Clio A Musa da História. Com Pierus, rei da Macedônia, ela é a mãe de Jacinto. A ela é atribuída a introdução do alfabeto fenício na Grécia. Seus símbolos usuais são um rolo de pergaminho 

Erato

A Musa da poesia lírica (elegia), particularmente a poesia amorosa ou erótica, e da mímica. Ela é representada usualmente com uma lira.

Terpsícore

A Musa Terpsícore. Seu símbolo é a lira. De acordo com algumas tradições, ela é a mãe da sereias com o deus ribeirinho Aquelau.

Melpômene

A Musa da tragédia. Ela é usualmente representada com uma máscara trágica e usando os coturnos (botas tradicionalmente gastas e usadas pelos atores). Algumas vezes ela segura uma faca ou bastão em uma mão

Urânia 

era a musa da astronomia tendo por símbolos um globo celeste e um compasso. Representam-na com um vestido azul-celeste, coroada de estrelas e com ambas as mãos segurando um globo que ela parece medir

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O segredo do Rei Midas

Dizem que o Rei Midas da Frígia era um sujeito atrapalhado, que ousou afirmar um dia, que a flauta tocada pelo sátiro Marsias era muito mais melodiosa do que a harpa tocada por Apolo. Quando o deus da música soube disso ficou furioso e castigou aquela afronta fazendo as orelhas de Midas crescerem longas e peludas, como as orelhas de burro. Para ocultá-las, o rei colocou na cabeça um barrete vermelho do tipo que os camponeses frígios costumavam usar naquela época.
Depois de um ano, o cabelo do rei tinha crescido tanto que ele precisou chamar um barbeiro ao palácio. Com ar ameaçador, Midas conduziu o homem a uma sala sem janelas e fechou a porta com chave. Quando tirou o barrete e deixou as longas orelhas à mostra, o barbeiro começou a trabalhar com suas tesouras como se nada notasse de diferente. Ao terminar o corte, Midas avisou-o que aquilo era segredo e o ameaçou caso contasse para alguém.
O barbeiro aparentando indiferença, disse: - Não sei do que Vossa Majestade está falando, pois eu nada vi nesta sala que já não tivesse visto antes. O rei ficou tão satisfeito com a resposta que o gratificou generosamente. O barbeiro saiu do palácio trêmulo por perceber que tinha estado em grande perigo.
Pouco a pouco aquele segredo começou a pesar tanto para o pobre barbeiro que ele acabou ficando mais infeliz do que o rei orelhudo. Precisava contar aquilo para alguém, dividir aquele peso insuportável, aliviar sua mente mas temia ainda as ameaças do rei. Continuou a sofrer até que um dia, teve uma inspiração. Afastou-se o mais que pode da cidade e, lá longe, na curva deserta de um rio, cavou um buraco na margem, ajoelhou-se na areia úmida e sussurou ao buraco três vêzes: "Midas tem orelhas de burro".
Aliviado, repôs a terra cuidadosamente, cobrindo assim as perigosas palavras que tinha proferido e retornou em silêncio para casa. Mas bem ali, naquele ponto onde cavou o buraco, algum tempo depois nasceu uma touceira de juncos que, na primavera seguinte, quando o vento agitava suas hastes flexíveis, faziam um barulho que parecia reproduzir na linguagem deles, o segredo que tinha sido confiado à terra: "Midas tem orelhas de burro".
O vento espalhou aquele segredo pelos campos, e os campos o repetiu para os cascos dos cavalos que por ali passavam, em direção à cidade, e a cidade o repetiu nas esquinas, nas feiras e no mercado, até que todos se inteirassem daquele fato.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Nix

Para os Gregos, Nix  e a personificação da Noite, sendo uma deusa nascida do caos, sendo irmã de Érebos. Nix, No Inicio Gerou sozinha: Éter (Luminosidade) e Hemera (Dia).Quando a Deusa tentou Punir Cronos, Na época que este era rei, Nix, teve uma porção de filhos medonhos: Moros (as Sortes), Kera (destina o tipo de morte o destino do homem em seus momentos finais), a Tânatos (Morte), Hypnos (o Sono),Oniro (a legião dos Sonhos), Momo (escárnio), Oizos (miséria), as Hespérides (Tarde), guardadoras dos pomos de ouro, as desapiedadas Moiras (Deusas do destino), a divina Nêmesis (Deusa da retribuição), Apate (engano, fraude), Filotes(amizade), Geras (velhice) Éris (Discórdia) Limos (a fome),Ftono (inveja), Ênio (Belona, deusa da carnificina) Lissa (a loucura) e Caronte o barqueiro do rio Aqueronte do mundo dos mortos.Nix tem um capuz que a deixa invisível, podendo passear pelo universo sem ser notada, foi ela que colocou Hélios, Entre seus filhos Hemera, Éter e Hespérides, Quando os outros titãs tentaram assassinar Hélios. Zeus tem Muito respeito pela deusa. Os Filhos de Nix, São a Hierarquia e poder para os Deuses, Sua Maioria são divindades que Habita o mundo subterrâneo e representam forças indomáveis e que nenhum outro deus poderia conter.Nix era cultuada por bruxas e feiticeiras, que acreditavam que ela dava fertilidade a terra para brotar ervas encantadas, e também se acreditava que Nix tinha total controle sobre vida e morte, tanto de homens como de Deuses.
Nasceram para ajudar Nix a não se cansar, assim nasceu o ciclo diário, Hemera trás o dia (relaciona com Eos que traz a aurora e Hélios o Sol) as Hespérides trazem a tarde, (relaciona com Selene do luar) e Nyx traz a absoluta Noite, todas estas deidades em conjunto conduzem a dança das Horas; complementando estes ciclos temos outros Deuses de outras linhagens, como as Horas que representam ciclos mensais e anuais; Leto e Hécate que recebem o legado de Nix como deidade da noite. As moiras, filhas de Nix (Cloto, Laquesis e Atropo); são outra continuidade dos poderes gigantescos de Nix do negro véu.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Glauco e Sila


Glauco era uma divindade marinha cujas origens divergem, mas a lenda mais conhecida diz que era filho de um pescador. Um dia, pescando em uma ilha, descobriu que ao colocar na relva os peixes que pescava, os peixes retornavam à vida. Assim decidiu provar as folhas.Logo sentiu vontade de entrar na água e os deuses Oceano e Tétis receberam o novo membro com honras. Seu aspecto mudou, passou a ter cabelos verdes e cauda de peixe no lugar das pernas. A partir daí, pertencia definitivamente ao mar. Glauco se apaixonou pela bela ninfa Sila, mas não foi correspondido, pois ela se afastou assustada rejeitando sua aparência. Ele contou a história de sua metamorfose mas a ninfa continuou fugindo.
Glauco resolveu pedir ajuda à Circe, feiticeira que morava na ilha. Solicitou-lhe uma poção para que retomasse seu antigo aspecto. Porém, Circe se apaixonou por Glauco e tentou fazê-lo mudar de ideia, dizendo que ele devia desprezar a ninfa e devotar seuamor a quem pudesse correspondê-lo, mas não adiantou. Glauco disse que era mais fácil árvores crescerem no fundo do oceano e algas no alto das montanhas do que ele deixar de amar Sila.
Como Circe o amava e não quis puni-lo, voltou-se contra a rival. Foi até a Sicília e derramou uma poção venenosa na fonte em que a ninfa se banhava, pronunciandoencantamentos. Quando Sila entrou na fonte, viu serpentes e outros monstros na água. Tentou fugir mas descobriu que os monstros eram partes de si mesma. Desesperada corre ao encontro de Glauco mas ele lamenta que a beleza perdida e sua rejeição anterior fez morrer o amor que sentia. 
Sila retirou-se e foi viver no estreito Messina, entre a Sicília e a Itália, aterrorizando os mortais que antes a cortejavam, deslumbrados com sua extraordinária beleza. Glauco passou toda sua existência na lembrança da bela e doce ninfa que se perdeu nos feitiços criados pelo ciúme. Presa no local, Sila tornou-se horrível como sua forma e passou a devorar os marinheiros que por ali passavam. Depois transformou-se num rochedo, mas mesmo assim continuou a ser o terror dos marinheiros, que passaram a evitar de navegar perto dos rochedos.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Euphemus

Euphemus era um dos filhos de Poseidon e seu pai lhe concedeu o poder de andar sobre a terra e a água, por isso ele era tido como o exemplo do homem respeitável que transmitia bons exemplos para os homens da terra. Ele morava na Fócida e juntou-se aos Argonautas sendo o timoneiro do navio.Quando passavam pelo Mediterãneo Triton quis presenteá-los. Depois de distribuir presentes em ouro e prata, sobrou apenas um torrão de terra que ninguém aceitaria, mas Euphemus aceitou. Medeia profetizou que se ele jogasse aquele torrão de terra em um dos abismos de Taenaron no Peloponeso, seus descendentes se tornariam sábios em algum lugar daquelas terras.
Porém quando os Argonautas passaram pelo Mediterrãneo, por acidente o torrão caiu no mar e foi levado pelas ondas se tornando a Ilha de Thera. De acordo com Apolônio de Rodes, Euphemus lançou propositalmente o torrão ao mar, sendo citado como ancestral de Battus, fundador de Cirene, na atual Libia. Assim, a colonização da Líbia, se iniciou a partir de Thera pelos descendentes de Euphemus que governaram a Libia até a 17ª geração. 

Pigmaleão e Galathea

Pigmaleão era um soberano cretense, amante da escultura que dedicava todo o seu tempo a lavrar a pedra. Indignado com a prostituição e vulgaridade das mulheres de Chipre no templo destinado a Afrodite, Pigmaleão resolveu viver em celibato e se entregou inteiramente para exercer sua arte.
Apesar da sua desilusão com as mulheres, Pigmaleão começou a esculpir uma mulher de marfim dando-lhe todos os atributos de beleza, doçura e graça, crendo que assim deveria ser a mulher perfeita e deu-lhe o nome de Galathea. A estátua era uma fiel reprodução da deusa que, sentindo-se ofendida, vingou-se fazendo com que Pigmaleão se apaixonasse loucamente pela estátua de marfim.
Durante os dias e noites Pigmaleão passava ao lado de sua amada estátua, imaginando como seria feliz viver ao lado dela. Diante de seu lamento, a deusa do amor, se comoveu e tornou real a estátua com o fogo da vida. Quando estava admirando sua bela obra, Galathea se moveu e descendo do pedestal se aproximou do seu criador.
Pigmaleão viu em seus braços aquela mulher que ele criara e que se tornou sua esposa, tendo com ela o filho Paphos que fundou uma cidade com seu nome. Hoje, a encantadora e antiga cidade do amor e da beleza, com suas deslumbrantes praias e belas montanhas, é um destino de sonho para os turistas enamorados.

O mito de Pigmaleão mostra o poder da expectativa sobre o comportamento das pessoas; tal fenômeno foi denominado "Efeito Pigmaleão". Sob esta ótica, as pessoas tornam-se de acordo com a imagem que temos dela. Nos relacionamentos íntimos, como o namoro, acredita-se que a expectativa que cada um tem em relação ao outro possa exercer uma forte influência e está relacionada ao sucesso ou ao fracasso do namoro.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Cinyras

Cinyras era um rei que tinha sucedido seu pai no reino da Ásia e tinha uma admirável riqueza. Ele era um destacado vidente que descobrira as minas de cobre o que lhe rendia muitas riquezas. Além disso, foi o inventor das telhas e de ferramentas úteis como o martelo, a bigorna e a alavanca. Famoso por sua beleza, ele tinha despertado os amores de Afrodite, porém rejeitou a deusa do amor. Cinyras casou-se com a filha de Pigmalião e teve com ela cinco filhos. Algum tempo depois Cinyras apaixonou-se por Cencreis e abandonou a esposa e os filhos. Este segundo casamento foi a sua ruína. Dessa união nasceu sua filha Smirna ou Mirra e quando ela cresceu seu pai se gabava dizendo que ela era mais bonita do que a deusa Afrodite. Para vingar-se de tal comparação e da antiga rejeição, Afrodite plantou no coração de Smirna uma paixão pelo seu próprio pai.
Incapaz de conter seus impulsos, Smyrna embebedou seu pai e com ele se deitou durante 12 noites. Quando Cinyras descobriu o que tinha acontecido tentou matar a filha mas ela se refugiou no bosque. Ajudada pelos deuses, ela foi transformada em uma árvore. Dessa relação incestuosa nasceu Adônis, um jovem de extrema beleza que passou a designar o máximo da beleza masculina. Por capricho do destino, Adônis e Afrodite viveram uma intensa paixão.
Quando Menelau e Ulisses vieram pedir ajuda durante a Guerra de Troya, Cinyras se comprometeu a mandar uma frota de cinquenta navios e a lutar junto aos Aqueus. Porém ele manteve sua tropa na ilha e, para não deixar de cumprir o que tinha prometido, enviou apenas um de seus filhos com poucos navios pequenos. Os aqueus interpretaram isso como uma ofensa e pediram vingança. O deus Apolo desafiou Cinyras para um torneio e o venceu. Cinyras foi humilhado e morreu em Paphos, a cidade que ele construiu.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Atalanta e Hipomenes


Atalanta nasceu princesa. Seu pai, entretanto, queria um filho homem e a rejeitou, abandonando o bebê no monte Partênio. Alimentada por uma ursa, criada por caçadores, cresceu devota de Ártemis e disposta a jamais se casar. Era bela, enigmática, com um rosto muito masculino para uma mulher e muito feminino para um homem. Tornou-se heroína por ter participado da caçada ao javali de Calidônia e contam que teria participado da famosa viagem dos Argonautas.
O pai, ao saber da filha tão forte e corajosa, chamou de volta e foi acolhida, enfim, como a filha do rei. Para bem cumprir seu papel deveria escolher um pretendente e se casar. Amando a Deusa virgem e advertida por uma profecia que o casamento lhe traria a ruína, Atalanta prometeu se casar com aquele que a vencesse numa corrida. Com a pena de, se perder , o pretendente deveria descer ao Hades, ou seja, morrer. Apesar desta possibilidade muitos jovens se dispuseram a enfrentar a prova, muitos pelo reino que herdariam, muitos pela fama que teriam. Todos perdiam pois Atalanta era a mais rápida mortal que já existira, podendo competir com o próprio Hermes.
O juiz destas competições, ficava intrigado porque homens tão fortes e jovens se dispunham a esta disputa mortal. Até que um dia observou a jovem despir-se para a prova. O corpo perfeito, os cabelos soltos, tudo nela o encantou. Apaixonou-se perdidamente. Resolveu recorrer à grande Afrodite e pedir-lhe ajuda para conquistar a inconquistável. A deusa deu-lhe três maças de ouro e instruiu Hipômenes a ir jogando os pomos durante a corrida, o que iria distrair Atalanta.
Assim o fez, apresentou-se para a prova, o que espantou a todos, inclusive a corredora. Era muito ágil, mas não poderia se comparar a ela. Logo depois da saída tomou vantagem, mas parecia inevitável ser ultrapassado. Jogou a primeira maçã. A jovem se distraiu com a beleza e o brilho da fruta, parando para apanhá-la, dando a ele uma grande vantagem. Quando o estava quase alcançando novamente, ele jogou o segundo pomo e ainda mais uma vez até que, por fim, o jovem venceu a corrida.
Fascinada por aquele que a vencera, apaixonou-se também, Viveram intensamente esta paixão, casaram-se, tiveram um filho. Esqueceram-se, porém, de agradecer a quem os tinha unido. Afrodite não perdoou tal ingratidão, levando-os a fazer amor num templo de Zeus, que irado com a violação de seu santuário, transformou os dois em leões para puxar seu carro.
E assim se cumpriu a profecia.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Fonte Arethusa.

Arethusa significa "a que rega". Ela era uma ninfa, filha de Nereu que a tornou uma Nereida, atendente casta de Artemis. Chegando a um rio de águas cristalinas, Arethusa despiu-se e mergulhou nas águas frescas e serenas. Durante algum tempo nadou tranquilamente de um lado a outro. Logo depois, sentiu que algo se agitava sob as águas; depois, teve a impressão de que alguma coisa se agitava logo abaixo dela, e, assustada, saltou para a margem. Ouviu então uma voz que lhe dizia: "Por que tanta pressa bela jovem?"Sem olhar para trás, afastou-se do rio e embrenhou na floresta correndo a uma velocidade que o medo multiplicava. Apaixonado por ela, Alfeu, deus do rio, a perseguiu. Correndo em fuga Arethusa pediu proteção à deusa Artemis que aescondeu em uma nuvem. Mas Alfeu a descobriu quando ele persistente a procurava. Suando de medo, logo ela se transformou em um córrego.
Alfeu continuou a persegui-la ora por cima da terra, ora por baixo da terra, desaparecendo numa ponta e aparecendo em outra buscando unir-se a ela. Foi uma longa corrida, mas ele nunca duvidava que algum dia pudesse alcançá-la pois ele era capaz de correr por muito mais tempo do que ela. Quando já estava sem forças de tanto correr, Arethusa invocou Ártemis e a deusa abriu uma fenda na terra que setornou um túnel sob o mar, que unia a Grécia e a Silícia. Arethusa mergulhou e foi emergir na ilha de Ortygia na Sicilia transformando-se numa fonte, que hoje é chamada de Fonte de Arethusa.
Inconsolado, Alfeu fluiu até o mar para conviver com suas águas, através do rio subterrãneo Alpheius no Peloponeso. Com suas águas, Alfeu abriu caminho nas profundezas do abismo indo em busca de Arethusa com belas flores, presentes nupciais. Alfeu, o deus do rio, fundiu suas águas com as águas da Fonte Arethusa e ainda hoje flores gregas brotam de seu fundo. Basta jogar uma taça de madeira no rio Alfeu na Grécia, para que a mesma apareça na Fonte de Arethusa na Sicília.
Estranhos são os caminhos do amor, esse menino travesso e perturbador que, com seus encantamentos, ensinou um rio a mergulhar, num amor imortal. É por isso que as águas doces de Alfeu passam por cima do mar, sem misturar-se, até chegar à Fonte Arethusa.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Íxion

Íxion foi um dos três maiores vilões da mitologia grega, ao lado de Sísifo e Tântalo. Tanto a culpa de Tântalo quanto a justiça no castigo de Sísifo ainda são questionáveis, contudo, não há argumentos capazes de defender Íxion, que foi oprimeiro homem a assassinar um de seus parentes sobre a terra. 
Filho de Ares e Perimele, Ixion era o Rei dos Lápitas na Tessália. Apaixonado pela filha de Dioneu, Ixion prometeu dar seus cavalos em troca da mão de sua filha. Porém, após o casamento, Íxion se negou a cumprir sua promessa. Seu sogro reagiu e tomou à força os cavalos que lhe haviam sido prometidos, mesmo assim Ixion jurou vingar-se prometendo que iria submeter seu sogro ao sofrimento e à morte. 
Fingindo querer reconciliar-se, Ixion convidou seu sogro para vir à sua casa. Quando Dioneu chegou, Ixion convidou-o a entrar numa sala que na verdade era uma fornalha camuflada. Em um instante, Ixion trancou a porta e acendeu o fogo.Enquanto Dioneu era incinerado, seus gritos de desespero levaram Íxion ao arrependimento, mas era tarde demais. Ao abrir a porta da câmara, Íxion se deparou com o corpo carbonizado de seu sogro. 
Diante da Hybris, o comportamento desmedido do Rei dos Lápidas, ninguém ousou purificá-lo e o remorso levou Ixion à loucura. Perambulando pelo mundo como mendigo, um oráculo previu que a única maneira de recobrar a sanidade seria submetendo-se a uma purificação para a expiação do seu crime, porém ninguém conhecia o ritual próprio para aquele caso, pois nunca antes alguém havia assassinado um membro de sua própria família. 
Ao ver o sofrimento de Íxion, Zeus apiedou-se dele, restituiu-lhe a sanidade e o convidou a partilhar do banquete dos Deuses. Após o banquete, embriagado pelo néctar, Íxion passou a assediar a esposa de Zeus, seu anfitrião. Percebendo asintenções de seu convidado, Zeus decidiu preparar uma armadilha e criou uma cópia de sua esposa a partir de uma nuvem, dando-lhe o nome de Néfele. Ao deixar a réplica sozinha, Ixion seduziu a nuvem. 
Após ter seduzido Néfele acreditando ser a esposa de Zeus, Íxion despediu-se dos Deuses e voltou para a Terra. Da união de Ixion com Néfele, nasceu a raça dos Centauros: metade-homem, metade-cavalo. Todos os Centauros eram descendentes de Íxion, exceto Quíron e Folo. Logo depois, Ixion divulgou para os mortais que havia seduzido a esposa de Zeus. Para castigar tal afronta, Zeus lançou Ixion no Tártaro condenando-o a permanecer preso a uma roda em chamas por toda eternidade. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Calisto, constelação

Calisto era filha de Licaon, um fanático que foi transformado em lobo. Licaón tivera quase 50 filhos que eram tão cruéis quanto o próprio pai e se tornaram famosos por sua insolência e seus crimes. Tão logo ficou sabendo das barbaridades dos filhos de Licaón, Zeus se disfarçou de um velho mendigo e foi ao palácio dos Licaónidas para comprovar os rumores.Os jovens príncipes tiveram a ousadia de assassinar o próprio irmão Níctimo e servir suas entranhas ao hóspede, misturadas com entranhas de animais. Zeus descobriu a crueldade e enfurecido converteu todos em lobos, exilando-os. Apenas Calisto, a bela ninfa filha de Licaón por quem Zeus se apaixonou, foi poupada.
Zeus e Calisto tiveram um filho, Arkas. Não suportando a traição, a ciumenta esposa de Zeus transformou Calisto numa enorme ursa e assim ela fugiu para a floresta. Às vezes Calisto vagava durante as noites ao redor de sua casa com a esperança de ver seu filho, mas ela agora não podia mais conviver no meio dos homens e seu espírito não admitia a possibilidade de conviver com as embrutecidas feras.
Hera tirou-lhe a voz e Calisto tentava lutar contra seu destino tentando despertar a piedade dos deuses, apesar disso, ela só conseguia rugir. Sua vida era repleta de medo dos caçadores que rodeavam sua antiga casa e ela temia as noites que passava sozinha. Temia as feras embora ela mesma fosse uma delas. 
O tempo passou e seu filho Arcas cresceu transformando-se em um belo jovem. Certo dia, em uma de suas caminhadas pelo bosque, Calisto reconheceu seu filho Arkas, um homem caçador. Envolvida pela emoção Calisto quis abraçá-lo, mas foi tomada de pavor quando Arkas ergueu a lança para desferir-lhe um golpe certeiro. Ela quis falar com o filho mas de sua garganta saiu apenas um terrível rugido. Arkas esteve frente à sua mãe mas logicamente não a reconheceu.
Aterrorizado Arkas preparava uma flecha para acertar a Ursa mas Zeus compadeceu-se do amor de mãe filho separados e transformou-a na Constelação da Ursa maior. Para que estivessem sempre juntos, Arkas foi transformado na constelação da ursa menor, o guardião da ursa.
Indignada com a interferência e as honras concedidas a Calisto e Arkas, Hera empurrou os dois para perto do pólo norte onde as estrelas seriam sempre visíveis, mas mãe e filho nunca teriam descanso. Hera ainda pediu a Tétis que jamais permitisse que as duas constelações mergulhassem nas águas puras do oceano. Por essa a razão, as duas constelações movem-se sempre em circulos no céu ao contrário de outras que estão sempre junto à linha do horizonte.
Junto a elas colocou a constelação do Boieiro para que não as deixe afastar do pólo gelado. Arcturo, a brilhante estrela do Boieiro, ficou de guarda às ursas para que não se afastassem do gélido pólo. O vocábulo «Ártico» significa «norte» e Arcturo têm a mesma origem grega.

Ceice e Alcion

Ceix ou Ceice era rei de Traquis, filho de Eósforo. Casado com Alción e pai de dois filhos - Hípaso e Hilas, Ceice foi até a Jonia para consultar o oráculo, porém durante a travessia, seu barco naufragou e ele se afogou. Em vão Alción esperava pelo marido. Coube a Morpheus a incumbência pelos deuses de tomar a forma de Ceice e aparecer nos sonhos de Alción para lhe revelar sobre a morte do marido. Transtornada, ela se precipitou no mar.Em homenagem a eles, os deuses os transformou em pássaros que viviam nas costas do mar. Quando estes pássaros faziam seu ninho na praia e as ondas ameaçavam destruir, Éolo, deus dos ventos, continha a sua força e fazia que as ondas se acalmassem durante os sete dias anteriores ao dia mais curto do ano, para que pudessem pôr seus ovos.
Estes dias passaram a chamar-se "Dias do Alción" e neles nunca tinha tormentas. O pássaro passou a simbolizar a tranquilidade. Porém levados pela vaidade, o casal se atreveu a equiparar-se aos deuses. Por este sacrilégio, Alción foi transformada no pássaro Martín pescador, e Ceice em Alcatraz. Assim eles passaram a viver separados, pois Alcatraz foi condenado a viver nos rochedos e Martin Pescador vive mergulhando nas águas rasas da orla marítima.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Aloídas

Havia uma geração de Gigantes que não pertencia às divindades primordiais, eram os Aloídas, filhos de uma aventura amorosa de Poseidon, deus dos mares e Ifimedia, esposa de Aloeu. Conta a lenda que Ifimedia, apaixonada por Poseidon, costumava passear à beira do mar pegando água das ondas em suas mãos e derramando-a em seu peito. Poseidon não resistiu aos seus encantos e com ela viveu um romance do qual nasceram os filhos gêmeos Oto e Efialtes. 
Os gêmeos eram chamados de Aloídas por terem sido adotados por Aloeu, marido de Ifimedia. Eles se distinguiam por sua extrema beleza, eram gigantes fortes e agressivos, com um crescimento extraordinário. Aos nove anos, os Aloídas já haviam alcançado a altura de dezessete metros e já se mostravam violentos seguindo seus impulsos por onde passavam. 
Certo dia, os Aloídas junto com outros gigantes, resolveram se rebelar contra Zeus. Empilharam o Monte Ossa e o Monte Pelion preparando uma grande escada para escalar e invadir o Olimpo, a morada dos deuses. Pretendiam destronar Zeus e raptar a deusa Hera - esposa de Zeus - e a deusa Ártemis. Quando Ares - o deus da guerra - tentou impedí-los, os intrépidos gigantes aprisionaram Ares em um pote de bronze, que ali permaneceu durante treze meses, até ser libertado por Hermes - o mensageiro dos deuses. 
Na rebelião, os gigantes ameaçaram atirar as montanhas ao mar na tentativa de secá-lo. Diante de tanta ousadia, Zeus fulminou os Aloídas com seus raios e os aprisionou para sempre nos infernos. Amarrados a uma coluna cercada por serpentes, foram submetidos ao suplício eterno e torturados perpetuamente por uma coruja que gritava sem parar...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mito: Éris

Hesíodo em sua Teogonia diz que Éris era a filha primogênita de Nix - a Noite, e mãe de inúmeros outros flagelos. Já Homero cita Éris como irmã de Ares, portanto, filha de Hera e Zeus.Conta a lenda que Éris provocou a Guerra de Tróia por não ter sido convidada para o casamento de Peleu e Tétis, devido ao seu temperamento difícil. Mesmo assim ela compareceu à cerimônia e lançou sobre os presentes o Pomo da Discórdia, uma maçã dourada que tinha uma inscrição: " dirigida à mais bela das deusas presentes. "
Isto fêz com que Hera, Afrodite e Atena disputassem um concurso entre elas para saber quem era a mais bela. Cabia a Páris escolher e ele escolheu Afrodite por ela ter-lhe prometido o amor de Helena de Tróia, uma bela mulher que era esposa do lendário Rei Menelau. Isso deu origem à Guerra de Tróia.
Éris - a discórdia criou os filhos:

  • Ponos (Pena),
  • Lete (esquecimento)
  • Limos (fome)
  • Algoz (o choro e a dor),
  • as Hisminas (disputas),
  • as Macas (Batalhas),
  • as Fonos (Matanças),
  • as Androctasias (Massacres),
  • os Neikea (ódios),
  • os Pseudologos (Mentiras),
  • as Anfilogias (Ambigüidades),
  • a Disnomia (a Desordem) e
  • a Ate (a Ruína e a Insensatez).
  • e Orcos (Juramento), o que causa mais problemas aos homens da terra cada vez perjuram voluntariamente. Todos eles eram companheiros inseparáveis.

Aporia

Aporia era um daimon da dificuldade, a perplexidade e da impotência. Ela estava intimamente associada com Amekhania, o desamparo. Seu homólogo era Poros, o discernimento. Certo dia, enquanto Hércules caminhava por uma passagem estreita ele encontrou Aporia que tentava obstruir seu caminho. Como era pequena, Hércules tentou esmagá-la com seus grandes pés mas cada vez que que tentava esmagá-la, Aporia dobrava seu tamanho.
Aporia expandiu a tal ponto que bloqueou a estreita estrada. Hércules não conhecia Aporia e ficou espantado com aquele fato. Pedindo ajuda, Athena veio em seu socorro dizendo-lhe:
- Hércules, não fique tão surpreso. Essa coisa que trouxe a sua confusão é Aporia - a dificuldade. Se você deixá-la sozinha, ela naturalmente diminuirá seu tamanho. Ultrapasse-a e siga seu caminho, não se detenha diante dela. Mas se você decidir combatê-la, então ela se tornará sempre maior, pois sua finalidade é impedir que você prossiga!O mito de Aporia é um simbolismo da superação das dificuldades. Vencer uma dificuldade sempre nos dá uma alegria secreta de ter superado um limite, porém para superá-la temos de conhecê-la. Muitas pessoas sofrem por se verem diante de obstáculos que consideram intransponíveis apenas por não conhecerem onde iniciam suas dificuldades.

Caos, o deus da desordem

Caos era o deus grego primordial. Representava a desordem inicial do mundo. Segundo a cosmogênese narrada no mito, com o surgimento de Eros começou a haver alguma ordem. Caos representava, ao mesmo tempo, uma forma indefinida e desorganizada, onde todos os elementos encontravam-se dispersos, e uma divindade rudimentar capaz de gerar.Tal como a Terra em seus tempos originais, nele estavam reunidos os elementos que compuseram todos os seres – mortais e imortais. De Caos nasceram Nix e Érubus e ambos uniram-se para a geração de novas deidades. No próprio Caos havia, entretanto, a força capaz de trazer-lhe ordem: Eros, tão antigo quanto os próprios elementos dispersos no Caos. Junto a ele, também Anteros. São forças de coesão e separação, espécie de yin e yang na visão grega dos primórdios. 
Caos, junto com sua filha Nix, teria gerado as Moiras, deusas do Destino, cego a todos os mortais e deuses imortais. 
* Cloto, em grego significa fiar, segurava o fuso e tecia o fio da vida, atuava como deusa dos nascimentos e partos. 
* Láquesis sorteava o quinhão de atribuições que se ganhava em vida. Láquesis, em grego significa sortear, puxava e enrolava o fio tecido.* Átropos, em grego significa afastar, ela cortava o fio da vida, determinava o fim da vida e jamais retrocedia depois de uma decisão. 
Na mitologia grega, destino são as Moiras que, na roda da fortuna, teciam a sorte dos homens e deuses, e a cortava quando bem entendesse. Nem mesmo o todo poderoso Zeus podia ir contra elas, pois qualquer coisa que fizesse alteraria de modo definitivo a sorte de todo universo. 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Lenda de Eco

Eco era uma linda ninfa que amava os bosques e os montes, onde se dedicava a distrações campestres. Porém tinha um grave defeito: falava demais e em qualquer conversa ou discussão, queria sempre dizer a última palavra.
Um dia a deusa Hera saiu à procura do marido, de quem desconfiava, que sempre estava se distraindo com as ninfas. Mas Eco conseguiu entretê-la com sua conversa até as ninfas fugirem. Percebendo isso, Hera a condenou: “Só conservarás o uso dessa língua com que me iludiste, para uma coisa de que gostas tanto: responder. Continuarás a dizer a última palavra, mas nunca poderá falar em primeiro lugar”.
Certa manhã a ninfa viu Narciso, um belo jovem que perseguia a caça na montanha. Apaixonada por ele, começou a seguir os seus passos, desejando ardentemente poder dirigir-lhe a palavra, e dizer-lhe frases gentis e agradáveis, para assim conquistar-lhe o afeto. Mas como não conseguia fazê-lo, em virtude do castigo imposto pela deusa Hera, não teve melhor alternativa senão esperar que ele falasse primeiro, para que ela finalmente pudesse responder. Quando Narciso procurava pelos companheiros ele gritava bem alto mas Eco só conseguia responder a última palavra. Quando Narciso viu a jovem, fugiu dela.
Eco foi esconder sua vergonha no recesso dos bosques e passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. De pesar, seu corpo se transformou em rochedos e só restou a sua voz. A ninfa continua ainda disposta a responder a quem quer que a chame e conserva o velho hábito de dizer a última palavra.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Cástor e Pólux

No dia do casamento de Tíndaro - Rei de Esparta, Leda, sua noiva, foi banhar-se num lago construído especialmente para ela. Zeus viu Leda, exuberante e totalmente nua num lago cheio de cisnes. Apaixonado, Zeus se transforma num cisne branco .Atraindo Leda em sua direção, Zeus fecunda Leda, e naquela mesma noite, ela é fecundada também por Tíndaro. Dessa dupla união nascem dois ovos. Num deles estavam Castor e Helena, mortais, filhos de Tíndaro. No outro ovo estavam Pólux e Clitemnestra, imortais, filhos de Zeus.
Castor era mortal, por ser filho de um mortal e Pólux imortal, por ser filho de Zeus. Eles viviam unidos em profunda amizade e os deuses os chamaram de dióscuros, filhos dos deuses. Hermes foi designado para dar-lhes o ensinamento sobre as artes e as lutas, plantando-lhes a semente da inteligência, da astúcia e da curiosidade. 
Desde pequenos eram queridos pelas pessoas, pela sua simpatia e alegria. Zeus os considerava seus filhos mais amados, por serem os únicos que o tratavam como um pai, sempre o respeitando e demonstrando carinho. Foram designados a Quíron, no Olimpo, que os ensinou e orientou por muito tempo.
Castor e Pólux conviviam com outros heróis e nas inúmeras batalhas da expedição, distinguiam-se pela coragem e astúcia. Castor, dominava os animais e as armas; Pólux, era invencível e astuto. Ambos eram extremamente leais entre si e com os outros argonautas.
Durante as viagens eles se encarregavam de defender a nau e seus companheiros, mas à noite, quando todos estavam cansados e desanimados, Castor e Pólux faziam pantomimas e divertiam a tripulação, que os tinha como grandes guerreiros, amigos e companheiros valorosos.
Terminada a aventura dos Argonautas, os gêmeos voltaram à sua terra onde seriam conhecidos por defenderem os fracos e os jovens. Numa região próxima conheceram e se apaixonaram pelas irmãs Febe e Ilaira. Mas elas eram noivas e eles resolveram raptá-las.
Dias depois, os noivos enraivecidos e em perseguição aos gêmeos, os alcança num campo de guerra. Desafiados pelos noivos, inicia-se uma batalha que duraria dias. Castor, humano e mortal, era mais firme e ligado à terra. Pólux, um deus e imortal, era mais ligado aos céus e à mente.
Por um momento, Pólux se distrai, o suficiente para seu irmão ser traspassado por uma lança que o atinge. Neste instante, ouvindo o grito de dor de seu irmão, e cheio de ira, ele mata todos ao seu redor e vai em direção de seu irmão que morria. Zeus, reconhecendo o grito de um de seus filhos favoritos corre em direção ao campo de luta e vê uma cena dantesca, seus filhos mais adorados em desespero.
Pólux implora que Zeus interceda neste instante, impedindo Castor de morrer ou que também lhe tirasse a vida, pois não poderia viver sem ele mesmo. Porém Zeus não podia interferir nas questões de vida e morte; também não poderia passar a imortabilidade para Castor pois assim Polux morreria.
Sem saber o que fazer, Zeus atende ao pedido, e assim que Castor recebe a luz da imortalidade, Pólux começa a morrer. Castor pede a Zeus, que não deixe seu irmão morrer e Zeus atende ao pedido, porém eles trocariam vida e morte diuturnamente. Enquanto um estava na terra outro estaria no céu, e se encontrariam quando trocassem de posição. Inconformados por não estarem sempre juntos, Castor e Polux foram transformados na constelação de gêmeos, onde estariam juntos para sempre.

Argos Panoptes

Argos Panoptes, o monstro de cem olhos, era o fiel servo de Hera. Era ele quem cumpria as ordens de Hera liquidando quem ela determinasse. Foi ele quem liquidou Equidna, o monstro de natureza terrível que devorava viajantes inocentes, enquanto ela dormia. Também foi ele quem vigiava com seus cem olhos, que nunca dormiam, Io - a amante de Zeus, que foi transformada em novilha. 
Recomendado por Zeus - o marido de Hera, Hermes fez Argos Panoptes dormir e matou-o. Quando Argos morreu, Hera o transformou de monstro a um lindo e exuberante pavão real, com suas penas marcadas pelos olhos de Argos Panoptes, em reconhecimento por suas grandes tarefas cumpridas.