terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Glauco e Sila


Glauco era uma divindade marinha cujas origens divergem, mas a lenda mais conhecida diz que era filho de um pescador. Um dia, pescando em uma ilha, descobriu que ao colocar na relva os peixes que pescava, os peixes retornavam à vida. Assim decidiu provar as folhas.Logo sentiu vontade de entrar na água e os deuses Oceano e Tétis receberam o novo membro com honras. Seu aspecto mudou, passou a ter cabelos verdes e cauda de peixe no lugar das pernas. A partir daí, pertencia definitivamente ao mar. Glauco se apaixonou pela bela ninfa Sila, mas não foi correspondido, pois ela se afastou assustada rejeitando sua aparência. Ele contou a história de sua metamorfose mas a ninfa continuou fugindo.
Glauco resolveu pedir ajuda à Circe, feiticeira que morava na ilha. Solicitou-lhe uma poção para que retomasse seu antigo aspecto. Porém, Circe se apaixonou por Glauco e tentou fazê-lo mudar de ideia, dizendo que ele devia desprezar a ninfa e devotar seuamor a quem pudesse correspondê-lo, mas não adiantou. Glauco disse que era mais fácil árvores crescerem no fundo do oceano e algas no alto das montanhas do que ele deixar de amar Sila.
Como Circe o amava e não quis puni-lo, voltou-se contra a rival. Foi até a Sicília e derramou uma poção venenosa na fonte em que a ninfa se banhava, pronunciandoencantamentos. Quando Sila entrou na fonte, viu serpentes e outros monstros na água. Tentou fugir mas descobriu que os monstros eram partes de si mesma. Desesperada corre ao encontro de Glauco mas ele lamenta que a beleza perdida e sua rejeição anterior fez morrer o amor que sentia. 
Sila retirou-se e foi viver no estreito Messina, entre a Sicília e a Itália, aterrorizando os mortais que antes a cortejavam, deslumbrados com sua extraordinária beleza. Glauco passou toda sua existência na lembrança da bela e doce ninfa que se perdeu nos feitiços criados pelo ciúme. Presa no local, Sila tornou-se horrível como sua forma e passou a devorar os marinheiros que por ali passavam. Depois transformou-se num rochedo, mas mesmo assim continuou a ser o terror dos marinheiros, que passaram a evitar de navegar perto dos rochedos.

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